Você tem dificuldade em prestar atenção na atividade que está fazendo? Acha que é difícil se organizar e não consegue terminar o que você começa a fazer?? Se identificou com alguma dessas características?
Eu sou Danilo Abreu, Psicólogo, vou falar aqui sobre uma sigla que talvez você já tenha ouvido falar: TDAH, o Transtorno de Déficit de atenção com Hiperatividade. Um transtorno neurobiológico de difícil diagnóstico. E isso se deve pelo fato de possuir uma grande combinação de sintomas envolvidos. Vou te trazer aqui informações valiosas sobre o que é, se possui tratamento e falar também sobre como é possível conviver com o TDAH. E se você se identificou com alguma característica acima e deseja saber como é possível melhorar a saúde emocional e a qualidade de vida de quem sofre com o TDAH, então vamos juntos aqui!
O Transtorno de Déficit de atenção com Hiperatividade, tem causas multifatoriais como a genética, o ambiente e na maior parte dos casos se manifesta durante a infância. A desatenção, a impulsividade e a inquietude motora, ou hiperatividade, são algumas das características mais marcantes do transtorno. Geralmente é quando a criança começa ir para a escola, que é quando ela entra em contato com outro ambiente interativo, começa a realizar novas tarefas e trabalhar o raciocínio e executar outras tarefas, que as dificuldades começam a serem percebidas.
De maneira didática e resumida, vou apresentar algumas características comuns do TDAH, mas para uma avaliação completa e efetiva, é necessário o olhar clínico do profissional Psicólogo ou Psiquiatra, certo? Muito bem… É comum em quem possui TDAH: certa dificuldade em prestar atenção a detalhes e tarefas; não escutar quando se fala diretamente com a pessoa; não seguir instruções e ter problema em finalizar tarefas de rotina; as pessoas co TDAH tem dificuldade para se organizar; são facilmente distraídos por estímulos externos; tem dificuldade em ficar sentado em lugares como salas de aula ou recepção; no caso das crianças tem dificuldades para brincar calmamente; correm ou sobem muito no que se encontra no ambiente; falam muito e já trazem respostas antes das questões serem completadas; interrompem as pessoas devido a dificuldade em esperar sua vez; e por vezes respondem agressivamente quando são frustrados de alguma forma.
Vamos aprofundar mais um pouco e falar dos três tipos de TDAH. O primeiro é o TDAH tipo desatento. É quando a pessoa tem dificuldade pra manter a concentração durante muito tempo em um assunto específico. Essa pessoa pode ser facilmente distraída por qualquer estímulo externo; Quem tem TDAH tipo desatento costuma errar muito por falta de atenção no que estão fazendo; Eles evitam atividades que demandam um grande esforço cognitivo e muitas vezes acabam esquecendo o que iam falar; em geral tem dificuldade na organização e de como gerir seu tempo. É comum que percam coisas importantes que são utilizadas no cotidiano. Os tipos desatentos não ouvem quando o chamam, e muitas vezes são taxados de desinteressados ou egoístas. Já o TDAH tipo hiperativo ou impulsivo são inquietos, não conseguem ficar parados, mexem constantemente mãos e pés quando estão sentados e não conseguem ficar um só lugar por muito tempo; têm tendência a vícios como jugos, álcool e drogas: não lidam muito bem com as suas frustrações. Os tipos hiperativos demonstram ter um comportamento explosivo e com frequência alteram seus planos sem mais nem menos. Eles fazem muitas tarefas ao mesmo tempo, porque não lidam muito bem com a sensação de tédio, e por ter um pensamento acelerado, em muitos casos tem dificuldade em se expressar, porque a fala não acompanha a velocidade desses pensamentos. Por fim temos o TDAH tipo combinado. E esse é mais difícil de ser identificado porque é preciso a pessoa apresentar de forma conjunta os dois tipos de sintomas que acabamos de falar, ou seja sintomas de desatenção e de hiperatividade. E é importante dizer que, para diagnosticar corretamente, esses sintomas realmente precisam estar interferindo negativamente nas áreas ou profissional, ou acadêmica, na socialização da pessoa.
E falando em diagnóstico, resumindo aqui… para se confirmar realmente o diagnostico em TDAH na criança, ela precisa demonstrar pelo menos 6 desses sintomas. Já nos adolescentes e adultos, 5 sintomas… e isso durante o período de tempo de mais de 6 meses, certo? E gente por favor, eu não podia deixar de falar aqui do cuidado que precisamos ter para compreender a diferença entre TDAH e outros transtornos com a sintomatologia parecida como a dislexia, o Transtorno maníaco-depressivo e de personalidade, assim como o autismo, tá?
Falando agora nos graus de TDAH, podemos encontrar o grau leve, que se caracteriza por poucos sintomas, poucos prejuízos nas esferas sociais, acadêmicas e de trabalho. O grau moderado, já se caracteriza por esses sintomas e prejuízos consideráveis, a ponto de ja se fazer necessário um processo mais urgente de intervenção para minorar essas perdas. E o grau de TDAH grave, existe efetivamente um grande prejuízo nas áreas de aprendizado, nas áreas de relacionamentos sociais assim como o trabalho, certo?
E o que causa o TDAH. Esse é um dos transtornos mais estudados pelos especialistas no mundo inteiro. Existem alguns fatores que são responsáveis no aparecimento do TDAH, como a genética, fatores ambientais e alterações cerebrais, ou seja, existem mudanças na região frontal do cérebro de quem possui Transtorno. É a região frontal que é responsável pela atenção, memória, autocontrole e organização. Em relação aos fatores ambientais, histórico de abuso na infância, negligencia, e outros problemas como álcool durante a gestação, também são fatores que causam o TDAH.
Mas finalmente, o TDAH tem cura? Não tem cura, mas existe tratamento, e isso já reduz bastante a gravidade dos sintomas na adolescência e idade adulta. Metade das pessoas que desenvolvem o TDAH, continuam com alguns sintomas durante a a vida. Para o tratamento do transtorno na adolescência e também na infância, é recomendado um olhar de cunho multidisciplinar, incluindo profissionais como psicólogos, psiquiatras, pedagogos e fonoaudiólogos, dependendo na necessidade de cada individuo.
Tendo falado tudo isso, é meu dever aqui te orientar em relação a importância de buscar o profissional Psicólogo, porque realmente o tratamento psicoterapêutico ajuda muito aos pacientes e clientes com TDAH a conquistarem uma melhor qualidade de vida. E podemos aqui dar o exemplo da TCC, que com suas ferramentas, tem sido a responsável em ajudar tantas pessoas que sofrem com o transtorno, e os ajudando trabalharem suas emoções e lidar com impulsos, melhorar a autoestima e na organização pessoal.
Atrelado a psicoterapia, existem os tratamentos com medicamentos, que reduzem a hiperatividade e provocam no paciente um efeito calmante. Essas medicações só podem ser prescritas por um médico. A utilização de remédios de forma aleatório, pode dificultar a redução dos sintomas e pode causar efeitos colaterais que prolonguem ainda mais o tratamento.
E já não é novidade que algumas mudanças de hábitos, são definitivamente benéficas para todas as pessoas. E algumas desses hábitos que vou citar aqui, com certeza ajuda no tratamento do TDAH, quando a pessoa esta sob psicoterapia e também tomando medicamentos. Mude a alimentação, corte açúcares, gorduras, reduzir a ingestão de cafeina, alem da pratica regular de exercícios físicos, como praticar corrida ou natação, melhoram significativamente as cognições e os sintomas do TDAH.
Pra finalizar, vou falar aqui algumas orientações de como conviver melhor com o TDAH, e isso serve pra qualquer idade, tá? Vamos supor que você foi diagnosticado realmente com o transtorno. É muito importante que você siga a risca o tratamento. É fundamental que você siga todas as orientações do seu médico e do seu psicólogo para a melhor eficácia do tratamento e controle dos sintomas. Outro ponto importante é, tudo bem o TDAH não ter cura, porque tem tratamento, então não fique com vergonha em assumir para as pessoas que esta fazendo o tratamento. Pouco importa o que o outro vai pensar de você, o importante é sua responsabilidade em seguir com o tratamento para melhorar sua qualidade de vida e reduzir os prejuízos causados nas áreas de sua vida. Agora grave isso que vou te dizer: Não acredite em tudo que você ouve por ai… principalmente na internet. A melhor forma de lidar com o TDAH é recebendo informações diretamente do seu psicologo e medico que estão te acompanhando periodicamente. E por fim, busque fazer coisas que você realmente curte fazer. Seja tocar um instrumento, sair com amigos, exercícios físicos, ficar em família… isso fará muita diferença para a sua sensação de bem estar, e pode trazer mais satisfação interna para você seguir na sua caminhada. Espero verdadeiramente que eu possa ter trazido aqui pontos importantes que te ajudem a compreender melhor dos sintomas do TDAH e que caso você esteja em sofrimento com alguns desses sintomas, eu possa ter te mostrado o melhor caminho para encarar de frente essa dificuldade e te incentivado a tomar decisões que podem te gerar benefícios. Fica aqui o meu abraço e ate breve
Danilo Abreu
É apaixonado por psicologia clínica e comportamento humano, sendo estudioso de temas como Terapia Cognitivo-comportamental e Psicologia Baseada em Evidências. Formado em Psicologia há mais de 10 anos pela Faculdade Ruy Barbosa, em Salvador, e já ajudou a melhorar a qualidade de vida de centenas de clientes com as mais diversas questões internas, através de terapias individuais e acolhimentos em grupo.
É músico e produtor musical. Encontrou na música uma fonte de atingir ainda mais pessoas que desejam alcançar felicidade e o bem-estar.
“Meu papel é buscar ser o suporte necessário para promover a mudança que você deseja em sua vida.”